Minha história com a meditação Vipassana

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Quando fui à Índia em peregrinação espiritual, ouvi de uma astróloga Indiana em Rishikesh que seria muito bom para minha evolução fazer 3 retiros de Vipassana ao longo da vida. Mas foram tantas emoções nesta viagem que não mergulhei no tema.

Alguns poucos meses depois, fui em uma numeróloga aqui no Brasil e ela falou sobre a importância do Vipassana para mim. Eu sabia muito pouco sobre esse famoso retiro. Tinha escutado algumas pessoas comentarem dos 10 dias em silêncio, mas nunca me interessei para valer.

No entanto, achei tão auspicioso duas previsões que no mesmo dia entrei no site e me encantei com todos os detalhes. Desde a história e da tradição, até por ser um retiro totalmente gratuito, com as despesas custeadas por doações de ex-alunos.

Vipassana que significa “ver as coisas como elas realmente são” foi criada pelo Buddha Gotama há mais de 2.500 anos na Índia. O curso acontece em inúmeras cidades do mundo e ensina a observar as sensações no corpo e as emoções, mantendo a equanimidade, aprendendo a não reagir e purificando a mente.

É necessário observar os códigos de disciplina Vipassana

  • Não roubar – o que não for oferecido, não é seu;
  • Não matar – nem um mosquito que seja;
  • Não usar nenhum intoxicante – para os fumantes o desafio é bem maior;
  • Não mentir;
  • Se abster de relação sexual;
  • 10 dias de silêncio.

Lendo assim, parece loucura, mas é um presente único para vida.

Visitando o site, eu senti um impulso gigante para ir, mas vi que no local onde escolhi fazer, o Dhama Santi, em Miguel Pereira, no Estado do Rio de Janeiro, só tinha vaga meses depois.

Vale aqui uma dica: costuma ser muito mais difícil conseguir uma vaga para mulheres do que para os homens. Então, se você entrar no site e vir possibilidade de inscrição em um dos centros que deseja, não perca essa oportunidade. Se inscreva e deixe para decidir quando receber o chamado.

Escolhendo a data, tive a intuição de passar meu aniversário lá, mas como faltava muito, resolvi escolher também outro dia para garantir que eu não desistiria. Semanas antes do meu aniversário recebi um email me oferecendo a vaga.

Eu estava começando um relacionamento, apaixonada, e era ano das Olimpíadas no Brasil. Mesmo assim, não tive a menor dúvida em responder positivamente. Minha alma desejava intensamente ir para lá, mesmo com todo o medo que eu sentia. Já tinha feito retiros intensos, mas sabia que o Vipassana seria o que mais me exigiria disciplina.

A rotina no Vipassana

E assim foi. Ao chegar, entreguei meu celular e a vida aqui fora. Mergulhei dentro de mim. O silêncio é o de menos. Para dizer a verdade, achei até bastante agradável ficar sem falar por 10 dias.

A rotina é militar. Dividi quarto com uma menina e banheiro com todas, mas não olhávamos nem nos olhos. Não podíamos ler, escrever, nem praticar exercício físico. Acordávamos sempre antes do nascer do Sol e entrávamos em um ciclo de meditação com sentadas de 1 hora, totalizando umas 10 horas por dia, com intervalos curtos de 10/15 minutos. Além da parada para o café da manhã, almoço e um lanche com frutas no final da tarde, tudo vegetariano.

A partir do quarto dia, a maravilhosa técnica do Vipassana começou a surtir efeito e mesmo sentindo muitas dores, eu consegui observar as minhas emoções e os truques da mente.

Tive momentos inesquecíveis de êxtase e comunhão com o divino, mas também momentos de dores profundas. Eu achava que seria o primeiro caso de gangrena do Vipassana, devido a tanto tempo em meditação.

A mente adora criar ilusões e lá isso fica claro. Aprendemos que é possível não se identificar com o sofrimento. E que tudo é impermanente.

Bom, eu não vi o Brasil ganhar algumas medalhas, mas renasci no meu aniversário de forma memorável. Um amor me esperava do lado de fora e também todo um mundo cheio de oportunidades.

Sou eternamente grata ao Vipassana e ao que descobri lá sobre minha missão.

Hoje vivo a vida de acordo com revelações que tive durante as meditações.

Agora, meu conselho é: não espere nada, apenas vá de coração aberto. Mas também falo sem medo de criar expectativas: a vida de quem completa o retiro muda para sempre.

Aqui vão algumas dicas para quem pretende viver essa experiência:

  • Recomendo fazer em algum mês com clima mais ameno. Não consigo imaginar as meditações de 1 hora no calor. Fui em agosto em pleno inverno. Fazia bastante frio ao acordar pela manhã e à noite. Durante a tarde, sentíamos calor pois o corpo aquece bastante com a meditação;
  • Recomendo levar uns 2 cobertores, casacos, meias, pashminas e também blusinhas de alça para de tarde. Tudo hiper confortável;
  • Um relógio de pulso me deixava mais tranquila para saber os horários, por mais que um sino avisasse os próximos passos. E também para me acordar no cochilo pós almoço;
  • Guarda chuva ou capa porque em 10 dias é bem possível que chova. Quando fui, em alguns dias choveu muito.
  • Chinelão e sapato para chuva, fáceis de colocar e tirar usando meia;
  • Moon Cup, Absorvente ou Ob, seu ciclo pode chegar;
  • Eles têm muitas almofadas de meditação, mas se você tem a sua preferida, leve.

 

 

 

 

 

 

 

 

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