Qual foi a última crise que você teve que enfrentar? Ou será que está passando por uma neste momento? Constantemente a vida nos presenteia com crises. Isso mesmo, não deixa de ser um presente. A crise transforma nossa vida.

As crises se apresentam sob diferentes roupagens, afetando as esferas profissional, familiar, ou outra qualquer de nossa vida, seja em maior ou menor intensidade. Mas o que toda crise tem em comum é o fato daquela situação ou acontecimento impactar nosso bem-estar. Naturalmente, diante do desequilíbrio instaurado em nosso organismo, tendemos a atribuir ao termo “crise” uma conotação negativa.

De fato, quando algo que planejamos não se concretiza ou somos assustadoramente surpreendidos com algo que não desejamos, uma série de sentimentos negativos rapidamente se espalha pela nossa mente. Tristeza, frustração, raiva, incompreensão, ansiedade, como num passe de mágica, fazem de tudo para tomar conta do nosso Ser. A tendência é que nos deixemos levar por essas emoções, de modo que a situação se apresente, cada vez mais, desesperadora.

No entanto, é possível olhar para as crises sob uma outra perspectiva, isto é, como nos ensina a Programação Neurolinguística, podemos atribuir outro significado para aquele momento que devemos atravessar. Incrivelmente, o caos da crise apresenta suas utilidades. Cabe a nós assumirmos uma postura corajosa com vistas a aprender com a situação e superar o obstáculo.

Coragem, aceitação e ação consciente

A coragem é necessária porque quando atravessamos uma crise, somos retirados da zona de conforto. Inconscientemente geramos resistência àquela situação considerada desagradável, e damos início a uma batalha mental contra tudo e contra todos. Passamos a acreditar naqueles pensamentos negativos, os quais nos dizem que não há caminhos para nos levar a novos destinos.

Ora, para todo “problema” há uma solução. Não é através de lamentações que seguiremos adiante. Adotando uma postura corajosa para nos colocarmos em movimento, é preciso aceitar o nosso momento. Uma forma de praticar tal aceitação, por exemplo, consiste em enxergar a crise como um grande desafio que a vida enviou para nos testar. O universo quer verificar em que nível evolutivo nos encontramos para, assim, nos enviar o que atenderá nossas necessidades. Os desafios, pois, são úteis, na medida em que testam nossa capacidade de vencer barreiras e contribuem para nossa evolução.

Aceitar não significa ficar parado, de braços cruzados, esperando aquela situação passar. Ela vai passar sim, desde que nós façamos a nossa parte. Logo, devemos agir, mas com consciência. E para isso, temos que mirar, exclusivamente, na solução da questão. Todos os fios da nossa consciência devem estar centrados no que podemos fazer para sair de onde estamos.

A partir do momento em que conseguimos escapar da inércia e da luta interna, as, até então distantes, possibilidades começam a surgir. Não adianta ficar buscando explicações que justifiquem a crise. O importante é acreditarmos em nosso potencial de superação e nos empenharmos na ação, no caminho que podemos percorrer. Sabemos onde queremos chegar e aproveitaremos cada passo dado. O resto fica por conta do cosmos, o qual trabalha a nosso favor.

Aprendendo com a crise

Ao longo desse movimento consciente, devemos aproveitar aquele momento de crise. Pode não fazer sentido para você, mas como já mencionado, a crise pode ser vista sob uma perspectiva mais otimista. Agora, como aproveitar um momento desse? Buscando o máximo de aprendizado possível.

Quando nosso bem-estar é abalado, somos estimulados a repensar nossa vida. A insatisfação com a situação que enfrentamos nos impulsiona a questionar nossos hábitos, nossa forma de pensar e de se comportar, de modo que promovamos as transformações positivas em nossa rotina, afim de evitar que os mesmos transtornos ocorram outra vez.

Trata-se, portanto, de uma excelente oportunidade de autorreflexão. Somos obrigados a voltar nossa atenção para nós mesmos, afinal se não controlarmos nossos próprios sentimentos e pensamentos negativos, não conseguiremos agir com eficiência. Assim, podemos extrair lições de qualquer acontecimento de nossa vida, e o que aprendemos nos torna mais preparados para driblar os obstáculos futuros.

O desconforto que sentimos diante das crises pode ser compreendido como um sinal, uma mensagem que devemos decifrar. Se estamos passando por aquilo, é porque precisamos despertar da ilusão na qual estávamos vivendo, seja ela qual for.

Logo, toda crise pode ser vista como um impulso para nos reinventarmos. Diante dela temos a possibilidade de escolher de que maneira nos comportaremos. A situação de vida é única, mas pode ser enxergada sob perspectivas diferentes. Podemos ficar mal-humorados, revoltados e nos fazendo de vítima, ou podemos aceitar o nosso momento, controlar nossa emoção e procurar soluções práticas que transformem nosso estado. A responsabilidade é nossa. Façamos, então, a nossa escolha.