Acredito verdadeiramente que minha vida está em constante construção e evolução. Minha busca por um propósito sobre a existência sempre esteve aqui, pertinho de mim, mas só começou a se manifestar de forma mais clara quando descobri que estava com depressão.
Isso foi aos 18 anos, caloura da UFRJ, quando entrei para Faculdade Nacional de Direito. Por diversos motivos, dentre eles o desinteresse pela faculdade, fiquei 8 anos entre consultórios psiquiátricos, terapias e tarja preta.
As perguntas que me rondavam eram basicamente as mesmas: “quem sou eu?”, “o que estou fazendo aqui?”, “qual meu papel na sociedade?”, “qual propósito da minha vida?”. Com depressão ou não, suponho que todo ser humano já deve ter se questionado sobre isso.
As minhas questões vinham da dor. A dor de um vazio existencial que, se fosse para localizar em uma parte do corpo, seria no estômago. A dor era de não me sentir pertencendo, não me sentir conectada a nada nem a ninguém. “O que estou fazendo aqui?”, eu repetia.
Fato é que todas essas perguntas, na verdade, já eram uma resposta. Se não era completa, era e foi um bom indicativo para encontrar alguns caminhos. Não ver sentido na faculdade, no estágio ou no modelo de vida que eu levava era só um recado do meu corpo e da minha essência que eu não estava no caminho do meu coração.
Caminho do coração? Existe isso? Na época, eu desconhecia. Estava desconectada da minha fonte, da minha suprema inteligência, da minha voz mais verdadeira. E no lugar de dar ouvidos a ela, eu ouvia só barulho, só pensamentos que não faziam sentido com o que eu realmente era e queria.
Identificada com pensamentos, crenças e modelos pré-estabelecidos da família e sociedade em geral, eu TINHA que terminar a faculdade pública e ir trabalhar naquela área. Não havia outra alternativa. Eu TINHA que seguir um modelo, um padrão. Meu pai tem escritório e o sucesso já estava “garantido”. Outra possibilidade para quem faz faculdade de Direito seria prestar concurso público. Grana boa, certa todo mês e sem preocupação. Esse argumento enganoso me conquistou por um tempo. Enganoso não, isso até é verdade. Porém uma verdade incompleta, posso definir assim… É verdade SE você gosta, tem dom e talento para isso. Ou é bastante perseverante. Desses casos, estava fora, ainda mais em depressão.
Na medida em que eu tentava ser e fazer o que não estava alinhado com meu coração, eu impedia a manifestação da minha espontaneidade e naturalidade. E, de acordo com mestre espiritual Sri Prem Baba, em seu livro Propósito, quanto mais você condena sua espontaneidade, mais você condena também a sua saúde mental. E um dos principais sintomas dessa repressão da espontaneidade é justamente a depressão. Curioso, não?!
Mas o que eu realmente queria? Quem eu era aos 18 anos? Não sabia. Eu não me conhecia, não sabia nada sobre mim. Vivia identificada com dores de família. Não reconhecia quais eram meus verdadeiros dons, meus talentos, minhas forças. Sobrevivia na superfície tentando me encaixar em padrões.
Hoje, 10 anos depois, agradeço toda essa caminhada, todas minhas dores, os obstáculos e a duração da depressão, pois foi graças a ela que sei quem sou e o que vim fazer aqui. Hoje consigo perceber que minha maior dor foi e está sendo minha maior cura; que estou aqui para ensinar o que vim aprender.
Utilizo meus dons e talentos facilitando e empoderando pessoas a se reconectarem ao que é verdadeiro em suas vidas, a viverem suas verdades nas diversas dimensões dessa jornada maravilhosa. E na medida que facilito a reconexão de um outro ser, automaticamente vou me curando e me reconectando à fonte de amor, a minha verdade.
E você? O que a sua dor está querendo te mostrar?
[…] de que seja, de fato, incapaz de compreender adequadamente. E isso pode futuramente comprometer o bem-estar daquele ser, já que tal crença limitará seu bom funcionamento. Conheço adultos que até hoje, […]