Seja a mudança que você quer ver no mundo. Você, provavelmente, já deve ter lido ou ouvido esta frase, em algum momento, e achado bonito. Mas, talvez, não tenha despertado para a força que estas palavras do indiano Mahatma Gandhi têm.
Quando nós falamos que temos que mudar para conquistarmos a vida que queremos, estamos falando de fazer um mergulho profundo, de deixar de enxergar só a pontinha do iceberg e esmiuçar o que este iceberg apresenta além da superfície.
Esse mergulho deve ser lento e com muita atenção. É o mesmo quando vamos pintar, por exemplo, uma mandala. É impossível colori-la de uma vez só. Corremos o risco de errar a cor, de borrar e até de rasgar o papel com a força do lápis de cor. Por isso, temos que pintá-la com paciência e amor, acreditando que todo o esforço será recompensado, porque, queira ou não queira, vivemos na vibração da ação e reação.
Então, sair da superfície para mergulhar nas profundezas do iceberg, requer coragem e força de vontade. É preciso foco e determinação. É necessário acreditar que as mudanças são possíveis. E lembrando: tudo tem o tempo certo e, quase sempre, esse tempo não é o que planejamos.
Ao olharmos para o que a ponta do iceberg esconde, nos deparamos com sentimentos e sensações guardados há anos. Temos duas opções: mantê-los armazenados ali ou pedirmos licença para arrumarmos a bagunça sentimental. Percebam que o nosso ego fará de tudo para que façamos a escolha da zona de conforto e nos fará pensar: se vivi até agora assim, não há necessidade de sacudir toda esta poeira. Esse ego tem um poder enorme, gente. Se você escolher montar o quebra-cabeça dos sentimentos decantados, o ego ainda pode criar uma armadilha: te convencer de que você é uma vítima da situação. Cuidado! Não somos vítimas e sim responsáveis pelas escolhas que fizemos ao longo da vida.
Bem, faça uma autoanálise. Quantas vezes por dia você reclama do trânsito? Ou do tempo? Ou do trabalho? Ou da falta de trabalho? Ou da falta de atenção do marido ou da esposa? Ou do cabelo desajeitado ou até mesmo de uma unha quebrada. Pois é… eu acho que quem reclama excessivamente tem a chance de ter um espaço vazio no coração que deve ser preenchido. E digo mais: quem reclama muito acaba buscando apenas a infelicidade. Isso é um perigo.
Eu explico. A pessoa guarda mágoas e ressentimentos que ocupam o coração que é a área dos sentimentos. E daí, eu pergunto, onde vai caber o amor? Em que momento você vai se amar e deixar ser amado? Veja, estou falando de amor e não de apego ou posse. Falo do amor incondicional e livre.
Se eu não estou satisfeita comigo mesma, provavelmente, não vou querer olhar para as minhas sombras. Vou optar em admirar apenas a pontinha do iceberg que é reluzente e que me faz ter a falsa sensação de estabilidade emocional. Mas se, realmente, eu estivesse estável não ficaria identificando os pontos fracos daqueles com quem convivo. É mais ou menos assim: eu olho para a pontinha do meu iceberg e olho para as profundezas do iceberg dos outros. Assim, eu não preciso me cobrar e vou viver acreditando que sou feliz porque o problema são os outros, não eu. O mundo está errado, não eu. Os chatos são os outros, não eu. Se você está nessa fase, está na hora de virar a chavinha. Respire, inspire, busque a sua coragem e vá em frente!
Lembre-se que se você quer um mundo diferente, a mudança deve começar por você. Então, a partir do momento que você começa a encarar os medos, as angústias, o orgulho e as crenças, vai se curando sentimentalmente e cicatrizando feridas abertas ao longo da vida. Ao ir se curando, vai abrir espaço para os sentimentos mais leves como o amor, a coragem, a harmonia. Abrindo espaço para estes sentimentos, a mudança ocorre. Ao mudar, a vibração energética transmuta e você passa a atrair situações e pessoas com o mesmo propósito. E nessa cadeia de amor, sem perceber, você passa a mudar o mundo. Compreende a força das palavras de Gandhi?
Isso tudo tem um nome: autoconhecimento. Vale à pena tentar. No final do túnel você vai encontrar uma luz linda, vibrando um amor incalculável. Esta luz vai sorrir para você. E quando se aproximar, se dará conta que esta luz é você na sua mais pura essência. E, então, compreenderá que todo o movimento do universo está certo e que a vida é como uma mandala que deve ser colorida pacientemente todos os dias. Bora escolher as cores!